27.12.09

Vou tratar de um dog alemão
Encharcar de perfume frances
Dar chá inglês pra o seu desjejum
Sobremesa de chocolate suiço
Com ele dançarei um tango argentino
Uma coleira do artesanato peruano
Pra o seu bem, azeite português
Semana santa bacalhau norueguês
Mandarei flores da Holanda
Comerei com ele uma pizza italiana
Acompanhada de um vinho chileno
E alguns quibes árabes
Dançaremos com uma castanhola da Espanha
Embriagaremos com vodka russa
Capotaremos com saquê japonês
Gastaremos alguns dólares americano
Consumiremos raparigas brasileiras
E brincaremos com brinquedo chinês

Mais um domingo?

Eis que chega 27 de dezembro. Mais um dia de domingo? Mais um dia para ser bom, pois não ouvirei a voz do Faustão e suas idiotices. Mas um dia fantástico, pois vejo e aplaudo a cada momento a queda de audiência do Fantástico. Bom mesmo vai ser, pois vou comer um peixe frito e baião de dois com pequi, lá no pé da serra, no Romualdo, mais precisamente no Pink Floyd Bar. O Pink Erisvaldo nos espera sempre com aquele sorriso aberto, falando o meu idioma, muita gíria e, melhor, com um ótimo preço. Cervejinha gelada, música muito boa, algumas nativas cativas. O tipo de barzinho que adoro, sem televisão, sem jornal por perto, sem flanelinha pra "pastorar" seu carro, que, por sinal não "pastoram" porríssima nenhuma, sem carro de som anunciando alguma mentira, enfim, sem a mesmice de um dia de domingo para a maioria das pessoas. Pessoas essas que teimam em ouvir Faustão e acreditar que o Fantástico seja realmente fantástico.

26.12.09

Assim eu acho.

Bom, hoje é dia 26 de dezembro. Alguns espíritos me rondam e me atazanam pra eu ir pro mundo. Mas hoje meu mundo é aqui. Eles lutam pra me tirar dessa cadeira, por sinal muito dura. Minha escoliose dói, mas uma skol bem gelada está tratando dela. O msn não pára, assim como o telefone. Um convite especial. Rejeitei. Para mim, hoje é dia de estar aqui. Já falei até a respeito de Xico Sá, o Carapuceiro. E foi o carapuceiro que me fez ficar aqui. Escrever pra mim mesmo. Vou pensar se torno público. Talvez sim. Se sim, é sinal que você ta lendo.
Algumas frescuras marcam muito esse período de guirlandas, perús, panetones e felicidades nem sempre sinceras. A própria uva passa, assim como não escutamos os glus glus dos perús. Essa coisa de que tudo vai mudar no próximo ano é coisa de quem tem o que fazer, e a grande maioria não tem mesmo nada o que fazer. Pular sete ondas tá difícil, a não ser que a Rua da Vala me salve. Jogar flores pra Iemanjá no mar, só se for no mar lá de Juazeiro. E as flores tem que ser de plástico, porque elas não morrem. Aliás, devíamos ser de plástico, concorda? No máximo íamos pra reciclagem. Fazer uma cirurgia reparatória é plástica, não plástico. Esse cirurgiões plásticos deviam realmente pensar em como fazer isso, trocar tudo nosso por plástico. Plástica geral, coração, fígado, rim, ovo, clitores, pênis. A mente? Tem muita gente que já tem de plástico, ou está só a seta: "aqui já teve uma mente". Aí mente! Parece difícil isso acontecer, mas seria a solução para a poluição e a invasão da matéria plástica no mundo. Poderia inclusive fazer vários rostos. Assim, quem sabe, você poderia sair um dia de você mesmo, outro de Pedro de Lara, ou de Calabar. Alguns enrustidos poderiam sair de Maria de Tefé ou de Chupetinha.
Mas, voltando ao período natal-reveillon, uma tremenda exploração sexo-comercial, por culpa maior de um velhinho que não morre nunca. Que se veste idiotamente para a neve e vem embarcar aqui nesse calor nordestino e todos o aplaudem. As CDLs e os shoppings o adoram. Seus sorteios de carros, casas próprias e diversos outros prêmios, a maioria deles ilegais, encantam a todos. O enxame de gente nas lojas, dá dó. Logo em seguida vem as promoções, que nada tem de promoção, e sim, a realidade. No Natal eles nos sugam tudo, é como um "chupador" de dinheiro. As agências de publicidade mentem pra você. Você acredita e compra. A televisão te chupa pra loja, pra o shopping, pra o panetone, pra o perú. Você gosta. Papai Noel está onipresentemente no helicóptero, no shopping, no centro da sua cidade. Você se emociona. Seu filhinho faz foto com ele. Aquela roupa ridícula, de cetim vermelho, gôrro (gôrro?), um saco mentiroso, que não dá porra nenhuma a ninguém, só te induz a consumir, a comprar, a estourar seu cheque, seu cartão e te dar a certeza que você está fazendo alguém feliz. E está mesmo: O dono da loja, a televisão, que vai continuar com as suas campanhas, ao shopping, idem, a agência de publicidade, que vai continuar inventando mentirinhas pra você acreditar. Vai lá, é assim que funciona. É assim que o sistema te coloca pra ser gente. Continua dançando a música que eles colocam. É assim que você dança. E dança mesmo.

Olha eu aqui de novo!

Estou voltando com o meu blog onde coloco algumas idéia malucas e escritos que me vem à cabeça. Aqui, é meu canto de dizer o que quero. Aqui, é feito meu quarto, onde acordo, durmo, cochilo, leio, rezo, peido, choro, penso em alguém. Um pouco de retiro espiritual, bagunça, escritos, rabiscos, teimosia, anarquia, enfim, um monte de coisa.
Andei meio sumido dessas paradas, por conta de outras. Mas aqui é um lugar que quero sempre estar. Sempre mandar/receber notícias e escrever alguns absurdos. Isso me faz bem, assim como conversar besteira, nada melhor.
Veja, escute ou cale.
Tudo certo.